Sepher Sephiroth

Um dicionário de palavras hebraicas organizado de acordo com o valor numérico delas.

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Sepher Sephiroth

(ὀ ἀριθμό)

sub figurâ
D

Publicação da A∴A∴ em Classe B.

Imprimatur:
N. Fra A∴A∴

Prefácio

“Será que pode sair alguma coisa boa da Palestina?” é a mais abrangente represália antissemita frente ao escárnio dos próprios judeus contra o inofensivo e natural Nazareno; mais um exemplo da justiça poética da História. E sem dúvidas que tais oponentes do judeu moderno aclamarão este volume como uma admirável refutação da própria tese que ele tenciona defender.

As dissimilaridades que marcam muitos números, que em alguns casos culminam em pura contradição, parecerão ser provas positivas de que não há nada na Cabala numérica, especialmente porque podemos presumir que, preenchendo esse dicionário usando o léxico hebraico comum, se chegaria a uma mera mistureba.

Além disso, há uma objeção mais profunda à Cabala; a saber, que sua teoria é um exemplo da falácia Post hōc ergō propter hōc1.

Devemos acreditar, pergunta o cético, que vários homens instruídos deliberadamente sentaram-se e escolheram palavras por causa de seu valor numérico? A linguagem é uma coisa viva, com muitas e diversas fontes; será que ela pode ser moldada de uma tal maneira arbitrária?

A única resposta parece ser uma mera afirmação de que, até certo ponto, seguramente esse é o caso. De fato, ocorrem exemplos de uma palavra ser escrita deliberadamente errada; e tais malabarismos como a mudança dos nomes Abrão e Sarai para Abraão e Sara dificilmente são despropositadas. Admita o fim de tal cunha, e é difícil dizer se essa cunha pode ou não ser empurrada com tanta força até o ponto de partir em duas a Árvore do Conhecimento, se não a Árvore da Vida.

Outra linha de argumentação é a histórica. Aqui não nos referimos à alegada falsificação da Cabala pelo rabino Moses ben Leon – não era? – mas à posição geral do etnólogo de que os judeus eram uma raça completamente bárbara, incapaz de qualquer busca espiritual. Está claro que eles eram politeístas, considerando o primeiro versículo do Gênesis; e todo hebraísta sabe que Adonai Melekh é idêntico a “Moloque”. O “Antigo Testamento” é sobretudo a história da luta do Jeová fálico contra o resto dos Elohim, e é indiscutível que seus sacrifícios eram de sangue, sangue humano.

Atualmente, sacrifícios humanos ainda são praticados pelos judeus da Europa Oriental, como é descrito em detalhes pelo falecido Sir Richard Burton no manuscrito2 que os judeus ricos da Inglaterra moveram o céu e a terra para suprimir, e é evidenciado pelos massacres sempre recorrentes contra os quais um grito tão sem sentido é feito por quem vive entre aqueles judeus degenerados que pelo menos não são canibais.

De fato, são essas pessoas que devemos procurar para encontrar o mais sublime e o mais sutil conhecimento espiritual?

Para esta crítica existem apenas duas respostas. A primeira é que uma tradição esotérica de grande pureza pode coexistir com a prática exotérica mais grosseira. Testemunhe os Upaniṣads na terra de Jagannātha, de pessoas penduradas por ganchos fincados na carne, e das formas mais estúpidas de Haṭha Yoga.

Testemunhe o Tipiṭaka (com perfeições tais como o Dhammapada) em meio a povos cuja ciência da tortura parece não ter surgido apenas da imaginação humana. As descrições dos Infernos Budistas no próprio Tipiṭaka são meramente descrições das torturas reais infligidas pelos budistas em seus inimigos.

A segunda resposta, tendo dito tudo isso, é que eu acho que ela funciona muito bem. Eu não me importo se √−1 é uma coisa impossível, inimaginável, ou se De Moivre3 realmente a inventou ou não, e se inventou, não importa se De Moivre era um homem imoral e tinha bigode. Essa expressão me ajuda a fazer certos cálculos; e contanto que este seja o caso, ela é útil, e eu me atenho a ela.

Outras críticas aos métodos da própria Cabala foram feitas e dispostas no artigo sobre o assunto em The Temple of Solomon the King (The Equinox Vol. I № 5) e nenhuma referência adicional precisa ser feita a eles aqui. Basta dizer que esse artigo deve ser estudado o mais detalhadamente, e também o artigo Uma Nota Sobre o Gênesis no segundo número do The Equinox.

Com essas duas armas, e a Espada do Espírito, o Practicus, completamente armado, pode se aventurar na grande batalha na qual a vitória é a Verdade.

Perdurabo.

Nota Editorial

Este dicionário foi iniciado por Allan Bennett (Fra∴ Iehi Aour, agora Bhikkhu Ānanda Metteya) na última década do século XIX desde Ψ-J.C. Foi transmitido ao presente Editor, com muitos outros manuscritos mágicos, quando I.A. partiu para o Ceilão em 1899.

Frater Perdurabo o utilizou, e em grande parte adicionou dados a ele, no curso de seus trabalhos cabalísticos. Ele acrescentou ainda mais com George Cecil Jones (Fra∴ Volo Noscere), tornando-o em uma correspondência cruzada completa com o Livro 777.

Ele foi revisado e verificado novamente, copiado por um escriba judeu e novamente verificado no ano V da Era vigente.

Fra∴ P. e Fra∴ Lampada Tradam continuaram a adicionar dados matemáticos; e o manuscrito finalmente foi copiado em uma máquina de escrever especialmente construída por Gerald Rae Fraser (Fra∴ Ψ), que acrescentou ainda mais dados matemáticos.

Esta cópia foi novamente verificada por Fra∴ P. e Soror∴ N.N., e as provas ainda por três estudiosos diferentes.

O método de empregar o dicionário foi totalmente indicado no The Temple of Solomon The King, em The Equinox Vol. I № 5.

Nenhum dos editores afirma possuir o menor grau de erudição. O método de compilação foi incluir todas as palavras dadas no Dicionário Cabalístico de Von Rosenroth, especialmente aquelas comentadas em S.D., I.R.Q. e I.Z.Q., aquelas apresentadas no 777 e as encontradas por Fratres I.A. e P. Algumas delas foram encontradas em textos das Escrituras Hebraicas, e pareciam ser de importância mágica para aqueles adeptos. Devido ao descuido deles, o significado de algumas poucas palavras foi perdido, e agora não pode ser rastreado.

Clique aqui para consultar a tabela de fatoriais e os números de 1 a 3321 na íntegra em PDF


1 «Uma falácia lógica conhecida como correlação coincidente: “ocorreu isso depois daquilo, portanto, isso foi causado por aquilo”.»

2 «Um manuscrito antissemita escrito em 1877 sob o título de Sacrifício Humano entre os Judeus Sefardinos ou Orientais. O artigo nunca foi publicado, e em seu testamento, a esposa de Sir Richard Burton pediu que o documento fosse queimado. Supostamente relata o caso do sacrifício ritual de um frade franciscano em 1840, caso onde 13 judeus foram acusados. O documento foi retido para evitar que provocasse novas ondas de antissemitismo em 1909.»

3 «Abraham de Moivre (1667–1754) foi um matemático francês conhecido pela “fórmula de De Moivre” e pelo “teorema de De Moivre–Laplace”.»


Traduzido por Alan Willms em maio de 2020.

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